quinta-feira, 21 de abril de 2016

Igreja da Misericórdia de Viana do Castelo

A Igreja da Misericórdia, em Viana do Castelo, é um dos ex-libris da cidade, embora a sua beleza seja ainda desconhecida para um número bastante significativo de vianenses. Um dos motivos para que isto aconteça está relacionado com a simplicidade da fachada, que contrasta com a beleza e riqueza do seu interior. Classificada como Património Nacional desde 1910 (ver decreto), pode ser visitada de forma gratuita, de segunda a sexta-feira, das 10h às 12h30 (manhã) e das 15h às 17h (tarde).

A Obra
Projectada em 1716 pelo engenheiro militar Manuel Pinto de Vila Lobos, a sua construção teve como finalidade substituir uma capela anterior, edificada no mesmo local, que se encontrava em avançado estado de degradação. De estilo barroco, a simplicidade do exterior contrasta com a imponência do interior, onde se destacam os azulejos (que revestem integralmente as paredes), a talha dourada dos altares, o monumental órgão de tubos e a pintura sobre a "última ceia".


Os Azulejos
Foram encomendados em 1719 a Policarpo de Oliveira Fernandes, um dos grandes mestres da azulejaria portuguesa, e revestem, por inteiro, as laterais do edifício. Na capela mor, "o espaço mais sagrado", os painéis exibem momentos da vida de Jesus (à direita), e de Maria (à esquerda). No corpo da igreja, "o espaço mais profano", os painéis representam as 14 obras de Misericórdia, estando as obras espirituais à direita, e as corporais à esquerda (ver artigo).

O Monumental Órgão de Tubos (ver fotografia)
Trata-se de um dos mais importantes e antigos órgãos de tubos do país. Graças a uma intervenção que demorou quase uma década, o órgão voltou a funcionar em Julho de 2010, sendo que a Santa Casa da Misericórdia de Viana do Castelo realiza, com alguma periodicidade, concertos com organistas convidados. Note-se que apenas um dos órgãos da igreja é verdadeiro, tratando-se o outro de uma imitação, construída para efeitos de simetria. O risco dos órgãos foi da autoria de Manuel Pinto de Vila Lobos, tendo o trabalho sido executado pelo mestre escultor, Pedro Salgado.

Pintura Barroca sobre a Última Ceia (ver fotografia)
Terá sido pintada por volta de 1720 pelo artista António de Oliveira Bernardes (pai do autor dos azulejos) e está colocada no retábulo-mor da igreja. Durante vários anos a pintura esteve escondida do público por se encontrar bastante degradada, mas uma intervenção, efectuada em 2013, permitiu recolocar a obra em exibição.

Sem comentários:

Enviar um comentário